Disqus for Eclausuradas nas Histórias

Resenha: Simplesmente Ana

Edição: 1
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581631554
Ano: 2013
Páginas: 304
Sinopse: Imagine que você descobre que seu pai é um rei. Isso mesmo, um rei de verdade em um país no sudeste da Europa. E o rei quer levá-la com ele para assumir seu verdadeiro lugar de herdeira e futura rainha… Foi o que aconteceu com Ana. Pega de surpresa pela informação de sua origem real, Ana agora vai ter que decidir entre ficar no Brasil ou mudar-se para Krósvia e viver em um país distante tendo como companhia somente o pai, os criados e o insuportável Alex. Mudar-se para Krósvia pode ser tentador — deve ser ótimo viver em um lugar como aquele e, quem sabe, vir a tornar-se rainha —, mas ela sabe que não pode contar com o pai o tempo todo, afinal ele é um rei bastante ocupado. E sabe também que Alex, o rapaz que é praticamente seu tutor em Krósvia, não fará nenhuma gentileza para que ela se sinta melhor naquele país estrangeiro. A não ser… A não ser que Alex não seja esta pessoa tão irascível e que príncipes encantados existam. Simplesmente Ana é assim: um livro divertido, capaz de nos fazer sonhar, mas que — ao mesmo tempo — nos lembra das provas que temos que passar para chegar à vida adulta.

 Antes de ler a resenha, por favor, aperte o play. 



     Ana Carina era uma garota normal, estudava direito e morava em Minas Gerais... até uma certa mensagem no facebook. 

''Desculpe, mas acho que sou seu pai.''

     A partir disto, a vida de Ana virou de cabeça para baixo. Sua mãe sempre manteve a história que seu pai, após descobrir sua gravidez, fugiu sem deixar nada para trás, mas foi realmente o oposto. Olívia, sua mãe, descobriu sua gravidez e a omitiu, assim, Andrej Markov nunca ao menos suspeitou que tinha uma filha, até Olívia aparecer em um programa de culinária e falar da filha. A semelhança de Ana com Andrej não era mero acaso, os dois eram sim, pai e filha. 

     Como se não a notícia de reencontrar seu pai não fosse bastante, Ana é surpreendida com algo mais inacreditável: Andrej é rei da Krósvia, o que fazia dela uma princesa. Uau, uma reviravolta e tanto, não é?

     Ainda meio assustada com tudo isso que está acontecendo em sua vida, Ana decide passar uns tempos na Krósvia, já que não podia negar a sua vontade conhecer esse lado que parecia há anos já esquecido por ela mesma. Ao chegar lá, ela se depara com Alexander, enteado do rei Andrej, filho da falecida rainha e a química entre os dois é irrevogável, apesar de ter sido meio esquivo com ela no primeiro momento. 

     Assim, Ana vai conhecendo aos poucos essa nação que pode ser aceita como seu novo lar, seu pai e, claro, Alex.

     Sei que essa história soa familiar, Diário da Princesa, certo? Essa comparação é inevitável, apesar de nomes e nações diferentes. Mas isso não passa despercebido, a própria Marina faz um trocadilho sobre essas coincidências. 

''Fiquei me lembrando de um livro que li sobre uma princesa americana recém-descoberta. Eu estava vivendo algo bem parecido, com a exceção dos cabelos indomáveis. Isso eu não tenho, graças a Deus.''

     Marina conduz a história em primeira pessoa, do ponto de vista de Ana, com uma escrita leve e divertida. A sensação que Simplesmente Ana nos passa é que, quem está lendo, está em uma contação de histórias, com a própria Ana contando suas peripécias em Krósvia. Por vezes a narração se direciona em primeira pessoa; ''desculpem'', por exemplo, é direcionado ao leitor, ouvinte de toda aquela história, entendem? 

     Os personagens são divertidos e bem construídos, ou melhor, eles são... palpáveis, humanos, cheios de erros como eu e você, mas admitem isso. 

     Também é legal dizer que a Marina não ''americanizou'' o livro em momentos algum, ela sempre foi fiel à Ana ser brasileira. Em vários momentos são citados artistas dos nosso cotidiano (Xuxa, Ana Maria Braga) e até comidas (brigadeiro, feijoada), o que tornam o livro mais real, por assim dizer. 

     Por fim, digo que Simplesmente Ana é um bom livro. Rápido e divertido, é uma ótima pedida!